O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou esta terça-feira (30.06) a conclusão da oitava revisão do programa de ajustamento financeiro na Guiné-Bissau, o que permite o desembolso imediato de 6,5 milhões de dólares. A instituição também finalizou a consulta anual à economia do país, realizada ao abrigo do Artigo IV.
“O Conselho Executivo concluiu hoje a consulta ao abrigo do Artigo IV para 2025 e a oitava revisão no âmbito da Facilidade de Crédito Alargada (ECF) para a Guiné-Bissau”, informa o comunicado enviado à Lusa. O documento acrescenta que “a conclusão da revisão permite o desembolso imediato de 4,73 milhões de Direitos Especiais de Saque (DSE), o equivalente a cerca de 6,5 milhões de dólares ou 5,5 milhões de euros, elevando o total desembolsado ao abrigo do acordo para 35,04 milhões de DSE (aproximadamente 48,1 milhões de dólares ou mais de 40 milhões de euros)”.
Na avaliação do programa em curso, o FMI considera que o desempenho do país foi misto, observando que “sete dos nove critérios de desempenho quantitativos e três dos quatro parâmetros estruturais para o final de dezembro de 2024 foram cumpridos”.
Quanto às previsões macroeconómicas, o FMI estima um crescimento de 5,1% para a economia da Guiné-Bissau em 2025, com uma inflação projetada de cerca de 2%.
“As autoridades estão comprometidas em atingir um défice orçamental de 3,4% do PIB em 2025, com o objetivo de colocar a dívida pública numa trajetória firmemente descendente”, destacam os técnicos da instituição. Eles concluem que “as perspetivas económicas são positivas, mas continuam sujeitas a riscos internos e externos significativos”.
Embora o impacto direto das tensões comerciais globais sobre a Guiné-Bissau seja considerado limitado, o FMI alerta que a economia permanece vulnerável, devido a um “clima sociopolítico desafiante num ano eleitoral e a limitações de capacidade institucional”.
O acordo inicial com a Guiné-Bissau foi aprovado pelo Conselho de Administração do FMI em 30 de janeiro de 2023, no valor total de aproximadamente 37,8 milhões de dólares (mais de 33 milhões de euros). Em 29 de novembro do mesmo ano, o Conselho autorizou um aumento de 40% no acesso aos recursos, com base na quota do país.
Redacção RDN









