O Memorial da Escravatura e do Tráfico Negreiro de Cacheu é um marco significativo na preservação e valorização da história de toda a África.
Este importante espaço não só resgata as tradições culturais da região, mas também serve como um ponto de referência para o entendimento da tragédia histórica que marcou o continente.
Situado na vila costeira de Cacheu, o memorial está instalado em um edifício próximo ao rio Cacheu, exactamente no porto onde os escravizados eram embarcados para a travessia forçada ao Novo Mundo.
Em entrevista à Radiodifusão Nacional (RDN), Jorge Camilo Andem, director executivo da ONG Acção para o Desenvolvimento (AD), destacou a relevância simbólica do memorial, afirmando que “representa um ponto essencial de valorização da história de toda a África” e é fundamental para o “resgate das tradições e da cultura do povo guineense”.
Entretanto, o responsável da AD lamentou as dificuldades que o memorial enfrenta actualmente. De acordo com Andem, a falta de acesso a fontes de financiamento tem impactado a dinâmica do espaço, comprometendo o pleno desenvolvimento das suas actividades.
“Nos últimos tempos, a dinâmica do memorial tem sido afectada pela falta de apoio financeiro, o que prejudica as iniciativas previstas para a sua valorização e conservação”, lamentou.
Apesar das dificuldades enfrentadas, Jorge Andem traçou perspectivas positivas para o futuro do memorial, indicando neste sentido que estão em andamento novas parcerias com organizações internacionais, como a Associação para a Cooperação Entre os Povos, a Cooperação Portuguesa e a Cooperação Francesa, que poderão proporcionar o suporte necessário para fortalecer a presença e a importância do memorial. “Estamos a trabalhar para estabelecer novas parcerias que, acreditamos, irão garantir a sustentabilidade e o crescimento das actividades do memorial”, afirmou.
O acervo do Memorial da Escravatura e do Tráfico Negreiro de Cacheu inclui uma vasta colecção de objectos históricos que ilustram as condições desumanas enfrentadas pelos escravizados. Entre os itens expostos, destacam-se bastões de ferro, chicotes, tachos, correntes e metais usados para marcar os escravos, que ajudam a contar a história dolorosa da escravidão e do tráfico negreiro.
Redacção RDN