A Chefe do Escritório das Nações Unidas de Combate à Droga e ao Crime Organizado, Cristina Andrade, alertou para o aumento do consumo de drogas na Guiné-Bissau, associando-o à “livre disponibilidade do estupefaciente” e ao “fator da pobreza extrema”. A declaração foi feita esta terça-feira durante uma audiência com a Ministra da Justiça e dos Direitos Humanos.
Cristina Andrade sublinhou que a presença abundante de drogas no país e a dinâmica de trânsito da cocaína na região da África Ocidental contribuem significativamente para o agravamento da situação. “A disponibilidade fácil da droga e a rota da cocaína que atravessa a região são fatores de risco muito claros”, afirmou Andrade, alertando para a crescente ameaça que isso representa para a sociedade guineense.
Para reverter essa tendência, a responsável da ONU aconselhou as autoridades do país a adotarem uma abordagem equilibrada e coordenada, “trabalhando com parceiros internacionais e locais”. Andrade destacou a importância de “investir seriamente na investigação criminal” para combater o tráfico e consumo de drogas, além de reforçar os mecanismos de controlo e prevenção.
No encontro, Cristina Andrade também defendeu a criação de um “quadro legislativo que favoreça a cooperação regional e internacional”, como forma de enfrentar de forma mais eficaz o flagelo das drogas. “É urgente que a Guiné-Bissau adote um sistema legal que promova uma colaboração mais estreita entre os países da região e as organizações internacionais”, concluiu.
A chefe do escritório das Nações Unidas na Guiné-Bissau fez ainda questão de elogiar as iniciativas das Organizações Não Governamentais (ONGs) e de grupos juvenis locais, que têm se empenhado na promoção de campanhas de sensibilização sobre os efeitos nocivos das drogas. “É fundamental que as comunidades sejam cada vez mais informadas sobre os perigos associados ao consumo de estupefacientes”, disse.
Redacção RDN
Fotografia/cortesia-VOA
