O primeiro-ministro húngaro encontrou-se esta segunda-feira, 8 de julho, com o presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim, poucos dias depois da sua polémica visita a Moscovo, na sexta-feira passada, onde o líder húngaro conversou com Vladimir Putin sobre a guerra na Ucrânia.
Para os diplomatas chineses, esta não é uma “surpresa”, mas sim uma visita “repentina” do primeiro-ministro húngaro à China. A notícia só chegou às colunas da imprensa estatal quando o avião de Viktor Orban aterrou na pista de Pequim, afirma o nosso correspondente na capital chinesa, Stéphane Lagarde. Em termos de protocolo, a expressão habitual “a convite de” não consta dos comunicados de imprensa, mas as medidas tomadas para receber o Primeiro-Ministro húngaro demonstram a importância desta visita.
Perante as bandeiras das duas nações, o aperto de mão entre os dois líderes em Diaoyutai, residência para convidados de países estrangeiros perto de Tiananmen, foi imortalizado. “Missão de Paz 3.0. A China é uma potência fundamental na criação de condições para a paz entre a Rússia e a Ucrânia”, afirmou o chefe do Governo húngaro no X, ao desembarcar em Pequim, recebido pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying.
“Criar condições” para o diálogo entre a Ucrânia e a Rússia
Durante a visita, o Presidente chinês, Xi Jinping, apelou à “criação de condições” para um “diálogo direto” entre a Ucrânia e a Rússia em guerra, de acordo com comentários divulgados pela televisão estatal. “Só quando as grandes potências mostrarem energia positiva, em vez de energia negativa, é que este conflito verá surgir o vislumbre de esperança de um cessar-fogo, o mais rapidamente possível”, sublinhou Xi Jinping.
A China e a Hungria “partilham” fundamentalmente as mesmas ideias, acrescentou o líder chinês. Pequim e Budapeste defendem, de facto, uma resolução pacífica do conflito e mantêm intercâmbios com o Kremlin.
