OPINIÃO: É TEMPO DE RESTAURAR AS ZONAS HÚMIDAS

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Porque, as zonas húmidas constituem patrimônio natural, de um recurso essencial para humanidade e deve ser considerada como fator de desenvolvimento.

Porque também, as zonas húmidas têm papel decisivo a desempenhar no desenvolvimento sustentável e na erradicação da pobreza. É tempo de restaurar as zonas húmidas, porque, as zonas húmidas são ecossistema altamente produtivo e rico em biodiversidade especificamente: [Bolanhas, Lagos, Lagoas, lalas, curso de águas, rios, mangais…] Elas proporcionam também enormes benefícios para as comunidades que constituem habitat importante para uma grande variedade de espécies. E mais, porque o serviço ecossistêmico das zonas húmidas é fundamental para a existência e sobrevivência de vida no nosso planeta.

O lema desse ano (2023) para comemorar as zonas húmidas “é tempo de restauraras zonas húmidas” nos chama atenção para a necessidade urgente de dar prioridade ao restauro das zonas húmidas e convoca toda uma geração a tomar medidas para reativar e restaurar as zonas húmidas degradadas.

Este tema enquadra-se, assim, na Década das Nações Unidas para o Restauro dos Ecossistemas. Esta iniciativa global, que vai de [2021 a 2030], lidera e inspira o restauro de ecossistemas em todo mundo.

Anualmente o Dia Mundial das Zonas Húmidas é celebrado a 2 de fevereiro, por ocasião da assinatura na cidade de Ramsar (Irão) em 1971 da “Convenção sobre Zonas Humidas de Importância Internacional, especialmente como Habitat de Aves Aquáticas.

A Guiné-Bissau é desde 1990 a parte signatária da convenção da RAMSAR: Que protege as zonas húmidas de importância internacional. Facto que em 2016 possibilitou o governo a requerer a classificação da Lagoa de Cufada como primeiro sítio de importância internacional, por reunir os pré-requisitos necessários para obtenção deste timbre, sobretudo por ser um sitio que recebe anualmente visita de mais de um milhão de pelicanos brancos existentes no mundo, por ser o maior reservatório da água doce da Guiné-Bissau e é considerada também a maior esponja para a região de Quinara. Isto, além do importante papel que joga na segurança alimentar das comunidades residentes e por ser igualmente um elemento de resiliência às mudanças climáticas.

Nesse âmbito, sim o país, a Guiné-Bissau fez avanços notáveis na apresentação das zonas húmidas. Com a classificação em 2014 e 2015, de mais (3) sítios nacionais de importância internacional nomeadamente: A Reserva da Biosfera dos Arquipélagos de Bijagós, o Parque Natural dos Tarafes do Rio Cacheu, a Lagoa de Vendo-Tcham no Parque Nacional de Boé.

Contudo, infelizmente, a proteção e conservação, ou seja, a manutenção dos ganhos a alcançados ao nível da conservação é e continua a ser o maior desafio para os autores sociais intervenientes na temática ambiental. As zonas húmidas da Guiné-Bissau estão fortemente ameaçadas, o facto pode ser constatado nas periferias da cidade de Bissau, sobretudo na estrada de volta-Bissau. Os espaços até muito recentemente utilizáveis para produção de arroz, horticultura, plantação de cana-de-bambo e outras praticas agrícolas, são quase todos alterados e transformados em assentamentos-urbano e zonas de grandes armazéns contribuindo negativamente para inundação, erosão e consequente empobrecimento de solo. Por exemplo, o Parque Lagoa de Nbatonha aclara essa realidade: Uma zona húmida no centro da cidade de Bissau que tem a função de retenção da água de chuva que chega da parte montante de Bissau. Na explicação dos dotados na matéria é uma esponja que guarda, filtra e distribui a água. Mas o Nbatonha com toda a sua função ecológica, de sitio mais importante do ciclo da água está ameaçado.
Em Bissau, a Granja de Pessube considerado outrora como pulmão da cidade já não conta, o Nbatonha podia ser valorizado. É uma responsabilidade de todos nós, no quadro da cidadania todos nós devemos ter a palavra quando males desta natureza estão a acontecer a vistas armadas.

O papel das zonas húmidas é reconhecido na agenda [20-30] e nos seus objetivos de desenvolvimento sustentável, particularmente no objetivo 16 sobre a Água; o objetivo 14 sobre Oceanos e Costa e objetivo 15 sobre os Recursos Terrestres, Biodiversidade e Ecossistema.

Os ODS´s indicam a necessidade de salvaguardar as zonas húmidas e ecossistemas como uma estratégia vital para um mundo sustentável e seguro.
É tempo de restaurar as zonas húmidas! Porque a Guiné-Bissau faz parte do ecossistema global.

Por uma nova consciência!
Djiril Iero Mandjam

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