AUMENTA A CONFIANÇA DOS CHINESES NA CULTURA TRADICIONAL

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Nos últimos anos tem havido uma crescente valorização da fina cultura tradicional chinesa entre o povo, especialmente entre as gerações mais jovens.

 

Desde a ênfase crescente colocada no estudo da literatura e filosofias antigas até a ascensão da tendência Guochao, uma tendência da moda caracterizada por uma combinação de desenhos modernos e elementos culturais tradicionais chineses, assim como a melhor preservação do patrimônio cultural intangível, a paixão do povo chinês pela cultura tradicional é demonstrada em vários cenários.

 

SABEDORIA ANTIGA APRESENTA NOVA VITALIDADE

 

No Oitavo Fórum Nishan sobre Civilizações Mundiais, realizado recentemente na cidade de Qufu, Província de Shandong, no leste da China, convidados da China e do exterior receberam um presente especial – um selo tradicional chinês gravado com seus nomes e aforismos confucionistas.

 

Estes delicados presentes foram produzidos por uma oficina de selos em Qufu. Song Wencong, 24 anos, é um dos artesãos.

 

“A maioria dos meus colegas era muito mais velha do que eu quando comecei a trabalhar nesta oficina, há seis anos”, disse ele, acrescentando que mais jovens entraram na oficina nos últimos anos.

 

“Muitos deles escolheram esta carreira por amor à cultura tradicional”, manifestou ele.

 

Atualmente, a oficina produz mais de 10 milhões de selos por ano, com um volume de vendas de 180 milhões de yuans (US$25 milhões).

 

Tu Keguo, pesquisador da Academia de Ciências Sociais de Shandong, disse que a cultura tradicional chinesa, incluindo o confucionismo, pode oferecer inspiração para resolver os problemas comuns enfrentados pela humanidade no mundo moderno.

Foto aérea tirada em 27 de setembro de 2022 mostra o local do Festival Cultural Internacional de Confúcio da China de 2022 e Oitavo Fórum Nishan sobre Civilizações Mundiais em Qufu, terra natal de Confúcio, na Província de Shandong, leste da China. (xinhua/Li Ziheng)

 

CULTURA TRADICIONAL SE TORNA NOVA MODA

 

O Museu Henan, na cidade de Zhengzhou, Província de Henan, centro da China, tem trabalhado na integração de ideias criativas na promoção de relíquias culturais.

As vendas de suas caixas cegas de “achados arqueológicos” excederam 40 milhões de yuans desde que foram lançadas, no final de 2020.

“Combinamos o conceito popular de caixas cegas com relíquias culturais para que as pessoas experimentem a alegria de escavar réplicas de relíquias envoltas em terra”, disse Song Hua, diretora do escritório cultural e criativo do museu.

 

Nos últimos anos, houve a ascensão do Guochao na China.

De produtos culturais nos museus a programas de TV sobre cultura antiga e ao estilo tradicional de vestuário nos desfiles de moda, o Guochao é visível de muitas maneiras.

 

JongMay Urbonya, uma americana que vive em Beijing, é entusiasta do Hanfu — um estilo de vestuário tradicional chinês.

 

Ela lembra que há 10 anos, quando veio para a China como estudante do ensino médio, vestir Hanfu ainda era um hobby de nicho. Graças à ascensão do Guochao, o Hanfu vem ganhando popularidade entre os jovens chineses.

JongMay incorporou o Hanfu em seu uso diário e descobriu que era possível comprar diferentes tipos de Hanfu online.

 

“Na China, a cultura tradicional não é vista apenas como a história que aparece no palco ou no cinema, mas como uma nova moda que se misturou à vida moderna”, observou Jong May.

 


Mulheres apresentam o Hanfu, tipo de vestuário chinês tradicional, na vila antiga de Ciqikou, Município de Chongqing, sudoeste da China, em 2 de outubro de 2022. (Xinhua/Tang Yi)

 

O PATRIMÔNIO CULTURAL GANHA NOVA VIDA

 

Em uma sala de aula da Universidade Longdong, na Província de Gansu, no noroeste da China, os alunos fazem um show – alguns manipulam bonecos de sombra com varetas, fazendo-os pisar no “palco” – uma tela de pano translúcida iluminada por trás, enquanto outros tocam música em gongos, tambores, Suona e outros instrumentos.

 

A arte com bonecos de sombra Daoqing em Gansu, originária da Dinastia Han (202 a.C.-220 d.C.), está na lista do patrimônio cultural intangível nacional desde 2006.

 

A arte era bem acolhida por pessoas de todas as idades em áreas rurais.

Entretanto, na década de 1980, com a popularidade dos filmes e programas de TV, ela começou a perder seu brilho, e muitos artistas passaram a ocupar outros empregos.

 

Os bonecos de sombra Daoqing testemunharam uma mudança na sorte em 2020, quando a Universidade de Longdong os introduziu nas salas de aula e investiu na compilação de livros didáticos, treinamento de talentos e inovação de repertório para promover o legado desta arte.

 

Uma das estudantes, Zhang Liang, 20 anos, tornou-se a principal marionetista da exposição após dois anos de prática. Um inovador espetáculo de sombras chamado “The First Shot in Longyuan”, que foi apresentado por Zhang e seus colegas de classe, ganhou um prêmio provincial de literatura e arte no ano passado.

 

“A próxima geração não deve perder estas preciosas e belas artes”, disse ela.

 


Artista folclórico apresenta teatro de sombras na aldeia de Cuijiahe do distrito de Weiyuan, cidade de Dingxi, Província de Gansu, noroeste da China, em 12 de fevereiro de 2019. As pessoas desfrutam de múltiplas atividades culturais aqui para celebrar o Ano Novo Lunar Chinês. (Xinhua/Wang Gang)

Nos últimos anos, mais formas de herança cultural intangível emergiram das sombras para a era moderna. No ano passado, a China autorizou a Universidade de Tianjin a conceder o primeiro mestrado interdisciplinar do país em estudos de património cultural intangível.

 

O início deste ano, a universidade lançou seu projeto de compilação do livro didático para os cursos de graduação e mestrado em estudos de património cultural intangível.

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